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Morre Dalton Trevisan, o "Vampiro de Curitiba"


O paranaense Dalton Jérson Trevisan, um dos maiores escritores brasileiros do século XX, morreu nesta segunda-feira, 9, aos 99 anos.

Conhecido pelo apelido de "Vampiro de Curitiba", ele morreu em casa. Segundo a agente, informações sobre a causa da morte e o velório do autor não foram reveladas para manter a privacidade.

Com a vida reclusa há anos, morando no "castelinho" da esquina da Ubaldino do Amaral com rua Amintas de Barros (Alto da Glória), até quando foi assaltado em casa e mudou-se para um apartamento. Cheguei (eu Eliel) a fazer amizade com ele (como psicólogo, pois era avesso a jornalistas), em conversas na livraria do Chaim (próximo da reitoria da URPR) - onde era assíduo.

Nascido em Curitiba, no Paraná, em 14 de junho de 1925, filho de um proprietário de fábrica de vidros, Trevisan se destacou no gênero conto. Em suas quase oito décadas de carreira, venceu todos os grandes prêmios da literatura brasileira (Jabuti, Machado de Assis, Biblioteca Nacional) e lusófona (como o prestigioso Camões, pelo conjunto da obra, em 2012). Entre 1945 e 2023, publicou cerca de 50 obras, marcadas por um estilo minimalista e a repetição de temas, como a solidão, a angústia e a complexidade da vida urbana.

Formado em direito pela Universidade Federal do Paraná, ele abandonou a profissão após sete anos e passou a trabalhar na fábrica da família. Liderou, entre 1946 e 1948, o grupo literário responsável pela publicação da revista "Joaquim", que tornou-se símbolo e porta-voz daquela geração de artistas.

Em 2012, o escritor foi eleito por unanimidade vencedor do Prêmio Camões. No mesmo ano, recebeu o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras.

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