Presidenciável assassinado criticava Lula e Bolsonaro

 

Jornalista investigativo que escolheu o combate à corrupção como sua bandeira de campanha, o candidato à presidência do Equador Fernando Villacêncio, assassinado a tiros ontem, colocava no mesmo patamar de corrupção e de péssimos governantes para o Brasil os presidentes Lula e Bolsonaro.

A nove dias da eleição presidencial, com o assassinato reivindicado pelo grupo guerrilheiro Los Lobos, o país está de luto por 20 dias e todas as forças de segurança mobilizadas para garantir a paz e capturar os executores que atiraram três vezes na cabeça de Villacêncio.

Nos últimos anos o equatoriano postou na internet 11 artigos e críticas pesadas contra Jair Bolsonaro e nove contra Lula. Ao mesmo tempo em que compartilhou tuítes positivos sobre a Operação Lava Jato, em 31 de outubro passado, data da eleição de Lula, Villacêncio escreveu: ”O retorno dos ladrões da Lava Jato”.

Quando da eleição de Bolsonaro escreveu que torcia por Fernando Haddad e que considerava a opção de Bolsonaro como “aterrorizante”, comparando surpreendentes semelhanças da eleição do capitão com a eleição que empoderou Hugo Chávez na Venezuela: "Bolsonaro é produto da traição do PT, da maior corrupção da história. Por Deus.... Eu não compartilho nada com Bolsonaro."

Mas a bronca maior do candidato assassinado com relação aos presidentes brasileiros decorria da falta de informações sobre a participação do então presidente equatoriano Rafael Correa no esquema da Lava Jato. Ele queria informações sobre uma reunião de Correa, Lula e Marcelo Odebrecht em 2006, que nunca lhe foram passadas.