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Kenji Ueta, registrador da história passo a passo


 Nascido no Japão, Kenji Ueta foi pioneiro de Maringá. Ele chegou ao Brasil no ano de 1933 em busca de oportunidades de vida e atividades profissionais. Ele casou-se com Yoshiko Nakagawa Ueta e teve um casal de filhos por aqui: Shiniti Ueta e Akemi Ueta Nishimori. Ele faleceu aos 93 anos de idade em plena pandemia do Covid-19, vitimado pelo “coronavírus”, poucos dias depois do falecimento da esposa (os 91 anos de idade). Foram 73 anos juntos com muitas histórias e participações na história de Maringá e principalmente junto a colônia japonesa da cidade.

Sua família, em princípio estabeleceu-se no interior do Estado de São Paulo, vindos de navio diretamente do Japão, à bordo do navio Santos Maru. Nos planos estava o retorno para o país de origem após ganhar dinheiro.

Ele trabalhou na roça, em fábrica de tecidos e no comércio. Influenciado pelo irmão mais velho, que já estava estabelecido no norte do Paraná veio para Maringá e sentiu-se bem, pois a  colônia japonesa estava em crescimento era muito receptiva.

Aqui, devido a dificuldade de pronuncia dos nomes japoneses, a colônia tinha por hábito adotar um nome mais fácil para os brasileiros, assim Kenji passou a ser «Paulo». 

Ele aprendeu a profissão de fotógrafo através de um tio e foi um dos primeiros da cidade. Aqui já havia um outro estabelecimento fotográfico, mas ele, sem dúvida, foi o mais dedicado e já via a cidade como início de um futuro breve e promissor. Assim passou a registrar tudo, mesmo que não fosse encomendado.

Kenji Ueta contou as dificuldades da fotografia em uma entrevista no programa de TV de Eliel Diniz, falando sobre a dificuldade de conquistar boas máquinas e de manutenção das mesmas. Para fotografar um casamento ele tinha que escolher apenas 12 momentos (poses) para registrar, pois este era a capacidade de “chapas” da máquina. As fotografias coloridas só vieram bem mais tarde e mesmo assim tinha-se que enviar para grandes centros (São Paulo) para fazer as revelações.

O acervo fotográfico deixado é muito grande. Boa parte ele doou em vida para o museu da UniCesumar. Muita coisa ainda deve ser compilado e fazer um arquivo digitalizado, pois ali estão grande parte da história e evolução de Maringá, gravados através das lentes e do olho deste que passou a ser o mais importante fotógrafo da cidade. 

Pouco tempo antes do falecimento, Kenji Ueta autorizou (por escrito) o jornalista Eliel Diniz a escrever um livro sobre seus registros fotográficos, colocando o acervo à disposição.

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