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Horácio Raccanello Filho, para sempre em nossa história

Horácio Raccanello Filho chegou em Maringá no ano de 1966. Formou-se em Direito em São Paulo, na Faculdade de Direito do Largo do São Francisco. Escolheu nossa cidade para exercer a advocacia e participar da vida política e social. Com timbre de voz marcante ele desenvolveu uma excelente retórica que se somou ao seu dom de oratória vindo de uma eloquência invejável e admirada com colegas de profissão e pelos seus alunos.

Sempre se posicionou nas questões sócio-políticas defendendo seus ideais de das liberdades individuais.  Foi contestador do regime militar da época, atuando como advogado de presos políticos lutando contra todas as formas de abusos, torturas e mortes, que não concordava.


Na vida política de Maringá ele foi o candidato a prefeito, sendo o mais votado nas eleições de 1976, mas não eleito por causa do sistema de proporcionalidade que fazia parte das regras eleitorais da época, que somavam votos das legendas e não apenas do candidato.


Ainda que muitas vezes injustiçado na vida política, Horácio Raccanello Filho nunca deixou de acreditar na democracia como o único regime capaz de proporcionar à sociedade as mudanças de que ela necessita. Infelizmente não tivemos maturidade suficiente para elegê-lo parlamentar constituinte, o que acabou por sonegar ao Brasil um dos maiores constitucionalistas de sua época.


Como professor do curso de Direito da UEM, Horácio Raccanello Filho resgatava a cada aula a importância de se conciliar os conhecimentos jurídicos e a ética profissional, que encantavam os estudantes de direito.

 

Em 1982, o MDB lançou dois candidatos, Said Felício Ferreira e Horácio Raccanello Filho, quando o vencedor foi Said. José Richa foi eleito, também pelo MDB, como governador do Estado e cumpriu a promessa de prestigiar o candidato do MDB que não fosse eleito e nomeou Horácio para a Secretaria de Estado da Justiça, de 1982 a 1986.


Em Maringá ele sempre manteve sua banca advocatícia, junto com o advogado Mário Urbinati e com o irmão José Hermenegildo Raccanello. O escritório ficava na Avenida Duque de Caxias, entre a Av. XV de Novembro de a Rua Néo Martins. Horácio nunca se casou e morava com o irmão em uma residência na Zona Dois. Tinha muitos amigos conquistados na vida como professor, como advogado e como político. Sempre saia para bons bate-papos, regados a vinho (tinha preferência pelo Cheteau Duvalier) e gostava do ambiente do Restaurante Império.

 

Seu falecimento foi em 3 de fevereiro de 1998, com velório na OAB, de Maringá. O irmão Hermenegildo era admirador da capacidade profissional de Horácio, tanto como advogado quanto como professor. Por anos ele manteve a sala de atendimentos de Horácio como ele deixou, numa forma de homenagem. Outras homenagens a Horácio foram com a nominação do “plenarinho” da Câmara Municipal e também da bela avenida construída no Novo Centro sobre a linha férrea (agora subterrânea).

 

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