LEILA NASSER ASSAF, atriz, radioatriz culinarista e comerciante
Nascida em Beirute, Líbano, em 1924, Leila Nasser Assaf
chegou ao Brasil com dois meses de idade. Morou em várias cidades de São Paulo
e do Paraná, até se estabilizar em Maringá no ano de 1954. Aqui foi comerciante
reconhecida, vendedora de joias, atriz nas novelas da Rádio Cultura, poetiza,
tocou instrumentos musicais e chegou até a se apresentar em peças teatrais pela
cidade. Infelizmente, ela morreu no dia 16 de fevereiro de 2017, lúcida e muito
ativa, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Leila casou-se com Mohamad Assaf, na cidade de Paraguaçu
Paulista e dessa união teve apenas um filho (em 1943 nascia Dirson Assaf). A
chegada do casal com o filho em Maringá foi no ano de 1954. Assim chegava essa
família de pioneiros da cidade canção.
Tanto Mohamad quanto Leila Assaf iniciaram suas atividades
de comerciantes. Tiveram um bar, na Vila Operária. Leila deu aulas de culinária
e trabalhou na Rádio Cultura de Maringá fazendo “radionovela” (interpretação de
casos radiofonizados). Além disso, ela foi boleira e fazia salgadinhos por
encomenda. A sobrevivência era a custo, sempre, de muito trabalho. Como era uma
boa comerciante ela também vendia joias.
Ser ator ou atriz em teatro no interior não é e nunca foi
atividade de se ganhar dinheiro. O talento e a vontade de desenvolver um
trabalho eram sempre grandes e estar sobre um palco era e é inebriante.
A atividade de Leila Assaf, como rádio atriz, a tornou
conhecida chegando a chamar a atenção de Kalil Haddad, que era um amante das artes
cênicas e dedicava bom tempo em montagens de peças teatrais. Assim ele foi até
Leila para formalizar um convite para que ela integrasse o seu “Grupo Teatral”.
Dessa forma ele ingressou no mundo teatral de Maringá e
protagonizou espetáculos que marcaram época na nossa história teatral. As peças
mais badaladas com Leila no elenco foram: “Dona Xepa”, “Society em Baby Doll”,
“Roleta Paulista” e “Barco sem pescador”.
Como Leila Assaf todos os atores e atrizes tinham outras
funções de ganhos, a atividade teatral estava na veia artística. Leila
precisava ganhar dinheiro e todas as formas honrosas eram válidas. No fogão, no
balcão, nas visitas pessoais nos microfones ou no palco, a dedicação era sempre
muito grande e ela mostrava que sabia fazer todas as coisas com muita
competência.
Muitos atores e atrizes maringaenses desta época tiveram o
privilégio de contracenar com esse ícone teatral de nossa terra. Na peça “Barco
sem pescador” atuaram também: Maurício Cadamuro, Dahomey Chagas, Irineu
Murazzi, Sérgio Matiolli, Vera Lúcia Campos, Kalil Haddad, Walter Carvalho,
Domingos de Souza e Célia Rosa de Souza.
Leila Assaf deixou um grande legado histórico nas artes
dramáticas de Maringá. Um reconhecimento que deve ser eternizado na história da
cultura e arte maringaense.
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