ADEMIR FÉLIX, UMA VIDA DE LUTA PELA IGUALDADE RACIAL
Ademir Félix
de Jesus, negro, professor, atleta de voleibol, cantor de karaokê, comissário
de menores voluntário, foi candidato a vereador, integro administração
municipal para atuar na igualdade racial. Maringaense muito querido e e foi de
muitas amizades.
Ele faleceu,
aos 59 anos de idade, no dia 14 de julho de 2013, estando Roberto Pupim como
prefeito, por afastamento do titular Silvio Barros. Neste período Ademir estava
encostado em um cargo no Samu, cuidando de verificar de perto a manutenção de
veículos, sem o devido uso de suas capacidades de professor de educação física
ou de líder racial.
Chamado
pelos amigos de “Ademirzão príncipe negro” ele encarregou-se de angariar
assinaturas para a conquista de cotas raciais. Para ele isso só ocorreria com
muita luta. Em suas alegações, em Maringá havia cotas para índios e não para
afrodescendentes e essa questão, segundo dizia ele, deveria ser corrigida, pois
-conta ele- os negros foram forçados a vir para o Brasil. Em navios negreiros
(como escravos) e muitos deles eram chefes de comunidades, reis, príncipes e
nobres na terra natal. Aqui eles foram forçados a trabalhar pesado sem
distinção de suas capacidades intelectuais.
Ademir
ponderava que o Brasil tem uma grande comunidade negra, que são discriminados e
chamados de morenos, morenos claros, pardos. Ao seu ver todos eram negros. “Temos
os genes negros” disse ele em um bate-papo no programa de TV de Eliel Diniz
(jornalista), pela RTV, Canal 10.
Para ele, a
luta deve ser para conquista de cotas em escolas públicas e também nas
particulares, lutou também para regularização de terras dos quilombolas,
reconhecimento da religiosidade dos negros, que são maioria no País. Apesar
disso poucos estão nas disputas dos vestibulares e tem chances diminutas de
seguirem os estudos superiores.
Essas suas
lutas colocaram Ademir Félix em evidência nas lutas raciais e ele foi chamado
para a administração municipal e foi muito atuante na Secretaria de Políticas
de Promoção da Igualdade Racial. Para suas atuações ele baseava-se na luta de
negros em todo o Brasil e nos projetos que virou a Lei do deputado Paulo Paim.
A morte de
Ademir foi muito sentida pelos amigos e pela comunidade negra. Ele foi vítima de
um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e merece homenagens póstumas oficiais do
município.
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