Planos de saúde estão à beira de um colapso
O Brasil gasta, por ano, 9,5% do PIB com saúde, considerando os setores público e privado. Só o segmento dos planos de saúde, que tem 47,5 milhões de beneficiários, movimenta mais de R$ 160 bilhões por anualmente. O problema é que 30% do que a chamada saúde suplementar arrecada é desperdiçado e 70% dos exames realizados são desnecessários.A informações é de Luiz Facundo, um dos maiores especialistas brasileiros no mercado de saúde, que há 33 anos atua como gestor em operadoras de planos de saúde, hospitais, cooperativas médicas e empresa de tecnologia ligadas ao setor, em diversas regiões do país. Em entrevista exclusiva ao jornalista José Antonio Ribeiro Nascimento, Diretor de Relações com o Mercado, do Conteúdo Médico, Facundo diz que a saúde pública brasileira está quebrada e o sistema de saúde privada está à beira de um colapso. “Hoje, 86% do que arrecadam os planos de saúde é gasto com custos operacionais, sobram 16% para impostos, investimentos etc. É preciso pensar num novo modelo de remuneração, num novo portfólio de produtos, na integração empresa/planos de saúde e numa melhor gestão dos hospitais”, prega o gestor.
Para Facundo, as empresas têm que se envolver em programas de conscientização dos usuários porque ambos (empresa e funcionário) arcam com os custos do sistema. “Nos últimos 3 anos os reajustes liberados pela Agência Nacional de Saúde (ANS) somam mais de 40%. Esse é o segundo maior custo operacional das empresas: primeiro a folha de pagamento e segundo o plano de saúde dos funcionários. Então tem que haver uma integração entre o Departamento de Recursos Humanos (RH), a saúde ocupacional e os planos de saúde”, receita o gestor.
Luiz Facundo diz ainda que é fundamental que também os hospitais melhorem seus sistemas de gestão, foquem em sua atividade fim e invistam em qualidade. “Esse conjunto de ações vai proporcionar o equilíbrio que o mercado necessita. Estamos há vários pagando por desperdícios e temos que nos preparar para uma realidade que é o envelhecimento da população”.
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